black alien

Sucesso de crítica e público, álbum ganhou Prêmio Multishow de melhor do ano passado e levou milhares de pessoas na tour que percorreu Brasil, Europa e Oceania
Numa manhã, durante uma de suas últimas internações, Black Alien mirou o horizonte e finalmente caiu a ficha do tamanho da caminhada e da luta que continuaria tendo pela frente. Após duas décadas de uso contínuo e desenfreado de drogas e álcool – tempo que transitou em dois mundos paralelos: o de status de artista e o das drogas ao lado de pessoas tóxicas – um dos maiores representantes do RAP nacional se sentia abaixo de zero. Black Alien transformou as dores e a persistência em rimas, se uniu ao produtor Papatinho e criou o álbum “Abaixo de Zero: Hello Hell” (Extrapunk/Altafonte) trazendo uma certeza: o
campeão voltou.
Àquela época, as mãos de Black não conseguiam parar de tremer antes de uma talagada de álcool. Ele nãoconseguia fazer nada sem beber e quando bebia, nada conseguia produzir. Não tinha documentos, casa,produtora, banda, músicas, concentração, foco, rumo. As pessoas não o reconheciam mais, fosse por estarvinte quilos abaixo do peso, ou pela falta de produção artística em anos. “O pior mesmo era não me reconhecer no espelho. Eu sabia que tinha que sair daquele inferno, e que quando saísse, enfrentaria a vida normal com a abissal disfunção de mais de vinte anos sem saber o que é isso”, recorda.
A primeira canção foi “Carta para Amy”. Ali, Black visualizou o álbum completo. A partir disso foi muito café,conversas e rimas. Mais precisamente dia 9 de outubro de 2018, ele começou a canetar o resto do projeto pra valer. O resultado é um disco sobre um novo começo, sem tantas pretensões ou muita filosofia. “Apenas
escrevi. As ideias foram surgindo e se conectando naturalmente. O conceito não precisou ser pensado, ele já estava ali. Sonoridade de jazz, estilo musical que mais gosto, e todas as letras com uma forte conexão entre elas. Meus infernos, redenções, próximos infernos. O disco foi escrito enquanto foi gravado. Entreguei
o último verso no último dia de gravação” conta o cantor.
Mesmo sem ter sido premeditada, a fórmula deu certo. A tour do disco rodou o mundo e Black emocionou plateias de grandes festivais pelo Brasil, lotou casas na Europa e Oceania, ganhou o prêmio Multishow de melhor disco do ano pelo superjúri e o principal: fez sua mensagem chegar em muita gente.
Em novembro lançou o clipe de Carta para Amy, dirigido por Gabi Jacob e estrelado por André Ramiro. A
produção foi mais uma comprovação do artista completo e moderno que ele é. Black Alien não pensava em ser artista. Queria ser skatista e estudar Cinema na Universidade Federal Fluminense para ser aluno de Nelson Pereira dos Santos. As poucas vagas, menos estudo e muita droga
atrapalharam que ele passasse na segunda fase. Por ser muito tímido, além de ir por anos e anos ao cinema duas vezes na semana, consumia em
quantidade surpreendente literatura, quadrinhos e música. Conheceu o RAP aos 12 anos e com seu flow autêntico, rimas certeiras e papo reto, se tornou uma espécie de instituição do gênero e o reflexo de seu som, ideias, citações e trocadilhos influenciam até hoje.
E como é bom ouvir Black Alien seguindo sua trajetória e mostrando que continua tão bom ou até melhor que antes. “Abaixo de Zero: Hello Hell” chega como prova disso.
Plantas dão tédio e são o remédio para Black em “Área 51”, faixa que abre o disco seguida pela emocionante “Carta para Amy”, com as rimas se misturando com versos em inglês e o português, no habitual flow perfeito de Gustavo de Nikiti. “Nunca mais é tempo demais, baby o tempo é rei” diz o refrão.
O som vem e segue cheio de modernidade com os beats de Papatinho e a introdução de “Vai baby”,terceira do disco – que não chega a ser uma lovesong convencional, mas traz um romantismo maduro e sexual na medida – mostra que a junção entre o produtor e o cantor rendeu bons frutos.
“Trabalhar com Papatinho é muito bom. Ele é inteligente e gosta muito de música e do que faz. É humilde e ao mesmo tempo impõe tranquilamente sua visão. Se diverte e se interessa por todos os campos do projeto. Gosta inclusive de comentar as letras comigo, o que é raro, prazeroso e gratificante pra mim”, opina
Black.
O álbum continua com “Que nem o meu cachorro” – primeiro single disponibilizado do projeto, que tem o cantor se proclamando o agora e que ganhou clipe impactante dirigido por Premier King – e “Take Ten” com um turbilhão de pensamentos e referências como Jimmy Hendrix e o filme O Médico e o Monstro.
A sobriedade que se mistura com o desejo e o amor, por alguém e principalmente por si mesmo em “Au Revoir”, é a busca constante em “Aniversário de Sobriedade”, canção que o piano dá o tom e um solo especial de sax finaliza.
As duas últimas canções são: “Jamais serão”, um protesto bilíngüe pra enfatizar que “presidentes são temporários, meu despertar temporão, música boa é pra sempre, esses otários jamais serão”, alerta um trecho. E “Capítulo Zero” com as ideias derradeiras deste novo começo do campeão Black Alien.

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